segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ejaculação precoce

A ejaculação precoce (EP), também conhecida como ejaculação prematura ou pelo termo Latim ejaculatio praecox, é o problema sexual mais comum em homens afetando 20-30% deles. É caracterizada pelo déficit do controle voluntário sobre a ejaculação. Masters e Johnson definiram que um homem sofre de ejaculação precoce se ele ejacula antes da outra pessoa (mulher ou homem) atingir o orgasmo em mais de 50% de suas relações sexuais. Outros pesquisadores da área definiram a ejaculação precoce como no caso de o homem ejacular dentro de dois minutos de penetração; entretanto, uma pesquisa realizada por Alfred Kinsey nos anos de 1950s demonstrou que três quartos dos homens ejacularam dentro de dois minutos de penetração em mais da metade de suas relações sexuais. Hoje, a maioria dos terapeutas sexuais entendem a ejaculação precoce como o déficit do controle sobre a ejaculação, interferindo com o bem-estar sexual ou emocional de um ou ambos os parceiros.
 Definições
Muitas definições para a ejaculação precoce foram propostas por investigadores individuais como Masters e Johnson e, mais recentemente, Waldinger. Além disso, muitas organizações profissionais, como a Associação da Psiquiatria Americana, Associação da Urologia Americana e a Associação Europeia de Urologia, propuseram as suas próprias definições. Essas definições incluem conceitos comuns como pequeno tempo de latência ejaculatória de cerca de 1-2 minutos, falta do controle sobre a ejaculação ou incapacidade de retardar a ejaculação, aflição pessoal, dificuldades interpessoais ou de relacionamento e insatisfação com a relação sexual. A definição mais utilizada é a do Manual Estatístico e de Diagnóstico dos Distúrbios Mentais: 1) ejaculação persistente ou recorrente com um mínimo de estimulo sexual anterior, ou rapidamente após a penetração e antes que a pessoa deseje; 2) causa aflição notável ou dificuldades interpessoais; e 3) não é exclusivamente causada devido a efeitos directos de uma substância.
 Tratamento
Na maioria dos casos, os tratamentos são centrados em gradualmente treinar e melhorar a habituação mental para o sexo e o desenvolvimento físico de controle de estímulos. Em casos clínicos, vários medicamentos estão sendo usados para ajudar a diminuir a velocidade da ejaculação.
Antidepressivos também tem sido utilizados por muitos homens com EP, e são considerados o tratamento mais efetivo atualmente disponível para esse distúrbio.
Muitos fisioterapeutas sexuais prescrevem uma série de exercícios para que os homens possam adquirir o controle da ejaculação. O exercício mais comum é o da técnica do "começa-e-pára". O objetivo desta técnica é fazer com que o homem se torne acostumado a manter a ereção por um período prolongado de tempo enquanto gradualmente vai aumentando sua tolerância. Para fazer este exercício, o homem obtém a ereção através de estimulação própria, ou masturbação. Após atingir a ereção, ele pára de se estimular até ele começar a perder sua ereção; neste ponto, ele volta a se estimular. Gradualmente, depois de um período de várias semanas, ele se tornará hábil em se estimular por períodos maiores de tempo, até atingir o controle da ejaculação. Para que esta técnica tenha sucesso, o homem deve evitar sentimentos desencorajadores caso ele ejacule rapidamente; ao invés disso, ele deve usar suas respostas sexuais para aprender como variar a técnica de um modo que traga mais benefícios a ele.
A parceira do homem tem um papel importante em torná-lo capaz de superar o problema da ejaculação precoce. Sem um suporte emocional, o homem é menos propenso a atingir um nível de relaxamento necessário para sua satisfação sexual. Ambos os parceiros devem comunicar seus sentimentos abertamente e com sensibilidade. O homem deve aprender a satisfazer sua parceira, oralmente ou de outras formas, enquanto o casal trabalha para superar o problema da EP.
A hipnose também foi provada como um tratamento efetivo para a ejaculação precoce. Acredita-se que a ejaculação é um hábito subconsciente e que dando à mente sugestões hipnóticas de durar mais tempo a ereção, o problema pode ser significativamente aliviado, se não completamente curado. A maioria dos homens relata uma ótima melhora com apenas poucas sessões de hipnose.
Diagnóstico
Critérios de diagnóstico para a Ejaculação Precoce DSM-IV-TR (Associação de Psiquiatria Americana)

A . Ejaculação persistente ou recorrente com uma mínima estimulação sexual anterior, na hora ou logo depois da penetração, ou antes que a pessoa deseje ejacular. O médico deve levar em conta fatores que afetam a duração da fase de excitação, como a idade, o afeto da parceira ou situação, e freqüência de atividade sexual recente.
B. Os incômodos pela ejaculação precoce causa estresse ou dificuldades interpessoais.
C. A ejaculação precoce não é exclusivamente devido a efeitos diretos de uma substância (por exemplo opióides)
 Diagnóstico diferencial
A ejaculação prematura deve ser distinguida da disfunção erétil relacionada ao desenvolvimento de uma condição médica geral. Alguns indivíduos com disfunção erétil podem suas estratégias para atrasar o orgasmo. Alguns requerem uma prolongada estimulação (sem ser de coito) para desenvolver um grau de ereção suficiente para a penetração. Em algumas pessoas, o estimulo sexual pode ser tão grande que a ejaculação ocorre imediatamente. Problemas ocasionais com a ejaculação precoce que não são persistentes ou recorrentes ou não são acompanhados por estresse forte ou dificuldades interpessoais não são considerados como um problema real de ejaculação precoce. O médico também deve levar em conta a idade do paciente, experiência sexual, atividade sexual recente e o carinho da parceira. Quando os problemas com ejaculação precoce são causados exclusivamente por uso de substâncias, uma "disfunção sexual induzida por substância" pode ser diagnosticada.
 Condições associadas
    * Problemas neurológicos, por exemplo esclerose múltipla
    * Prostatites
    * Desordens psicológicas
    * Problemas interpessoais
    * Estresse
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EJACULAÇÃO PRECOCE
A Ejaculação Precoce ou Prematura (EP) é um dos problemas sexuais mais freqüentes nos homens e nos casais, sendo responsável por 40% das queixas encontradas em consultório de terapeutas sexuais. Acontece que a EP é um lugar comum na juventude, em encontros com parceiros novos ou após algum tempo de abstinência. Quando se estende pela maturidade e se torna presente em mais da metade dos encontros sexuais, torna-se, aí sim, um problema crônico e um Transtorno Sexual.
O que é uma ejaculação normal?
Do ponto de vista do funcionamento físico, a ejaculação se faz em dois estágios. No primeiro há a expulsão efetiva do líquido seminal (sêmen) dos órgãos acessórios de reprodução - próstata, vesícula seminal e canal ejaculatório - para a uretra. No segundo estágio, há a progressão desse líquido por toda a extensão da uretra até o meato uretral, que é o orifício na cabeça do pênis por onde sai também a urina. Acompanha-se desse processo fisiológico uma sensação subjetiva de profundo prazer conhecida como orgasmo.
Como saber se tenho ejaculação precoce?
Não existe um tempo específico antes de ejacular para definir esse problema sexual. A definição está na percepção, tanto sua quanto de sua parceira, de que a ejaculação foi mais rápida do que o esperado, de que não houve controle da ejaculação. As vezes o pênis nem chega a enrijecer, somente o movimento de aproximação e o toque do lençol já termina o que podia ser muito bom e prazeroso. Por vezes, o homem mantém a ereção por alguns minutos, começa a penetrar, mas logo ejacula, ficando insatisfeito e deixando a parceira "na mão". Sentimentos de culpa e ansiedade se tornam uma constante. Dificuldades maiores podem vir em seqüência, como a disfunção erétil (impotência) e a perda de intimidade no casal.
Por que ocorre a EP?
Os adeptos de Darwin (evolucionista inglês que propôs a teoria da seleção natural - 1859) explicam que a EP seria uma forma antiga de defesa contra predadores.
Imaginem os primórdios da humanidade, onde havia centenas de perigos, sendo o "animal-ser-humano" muito frágil e pequeno frente aos riscos de seu meio ambiente!
Aqueles indivíduos que demorassem muito para ejacular nas suas parceiras estariam muito mais predispostos a deixar seu flanco aberto às agressões de inimigos e animais selvagens.
O ejaculador precoce tinha mais vantagens em terminar logo a inseminação e fugir, deixando também a "fêmea" escapar, para poder inseminar o maior número delas em menor tempo.
Desta forma estaria aumentando a probabilidade de propagação de seus genes.
Outras razões levantadas como causas da EP seriam:

            aumento anormal de sensibilidade da glande peniana,
            ansiedade frente ao desempenho sexual,
            inexperiência sexual,
            primeira experiência com parceira que tenha estimulado um coito rápido e
            culpa ou sentimentos negativos em relaçao à parceira.

Raramente há um problema médico que explique a EP, como a prostatite aguda ou a esclerose múltipla. Na verdade, não existe uma única causa comprovada cientificamente de EP.
E tem cura?
Existe tratamento, tanto medicamentoso quanto psicoterápico. A primeira linha de tratamento é a reorientação e a reeducação do homem ou do casal quanto à função sexual normal. Clareiam-se as situações em que se considera como "normal" o tempo de ejaculação mais curto ou insatisfatório (comum em jovens, com novos parceiros, ou após longa abstinência). Quando a EP se torna persistente, ou seja, aparece em mais da metade dos encontros sexuais, um tratamento mais específico se faz necessário.
A segunda linha terapêutica é o chamado tratamento cognitivo-comportamental. Constitui-se em uma série de exercícios e tarefas para serem realizadas em casa para controle do tempo de ejaculação. Seguem-se alguns exemplos meramente ilustrativos:
   Técnica de distração
            Durante o ato sexual, o homem é orientado a fixar o pensamento em alguma situação que o desligue de sexo, como em morte de alguém, ou em alguma mulher que não o agrada ou em contas bancárias. Assim que perceba que a ereção está se desfazendo, volta a se fixar na parceira. Deve usar essa distração, algumas vezes, para poder prolongar o tempo de penetração antes da ejaculação.
            Técnica de compressão
            O homem deve comprimir a base da glande (cabeça do pênis) por 4 a 5 segundos imediatamente após a primeira sensação de maior excitação. Com esse procedimento vai dificultar a entrada de sangue no pênis e retardar um pouco a ejaculação.
            Técnica stop-start
            Consiste em orientar o homem a ficar na posição superior à parceira para poder ter controle do movimento sexual. Deve iniciar a penetração e parar completamente os movimentos próximo ao momento de maior excitação. Pode usar a técnica de distração concomitantemente.
O objetivo destas tarefas é fazer o homem tomar consciência do momento que antecede o primeiro estagio de ejaculação, podendo voluntariamente controlar quando deseja ejacular, evitando frustração a ele e à parceira.
Pode-se combinar uma terceira linha de tratamento a esses exercícios: as medicações. Existe uma ampla gama de medicações que tem como efeito colateral o retardo do tempo de ejaculação. Tais drogas devem ser ministradas somente mediante prescrição médica criteriosa, pois possuem vários outros efeitos no organismo. Alguns deles, por exemplo, os antidepressivos tricíclicos são contra-indicados a pessoas com problemas de ritmo cardíaco. Algumas medicações tópicas (pomadas) à base de ervas ou anestésicos não foram comprovadas cientificamente como eficazes para o tratamento da EP.
De qualquer forma, esta disfunção sexual tem bom prognóstico, ou seja, apresenta bons índices de cura para a grande maioria dos indivíduos que procura orientação especializada. Geralmente, seis a dez sessões são suficientes para a melhora da vida sexual do homem e do casal.

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